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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Deus faz acepção de pessoas? (ou "Eleição é exclusão?")


Deus não faz acepção de pessoas. Mas como, se Ele elege alguns? A eleição não é exclusão?

Deus não faz acepção de pessoas, pois quando elege alguém, como fez com a pessoa do Abraão e com Israel, escolhe não para excluir os demais, mas pelo contrário, escolhe para INCLUIR: "em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.3). Seria como a lógica da política: a eleição de políticos não poderia se tornar um meio de distribuir privilégios, mas sim um meio de servir e beneficiar toda a população. Do mesmo modo, a eleição de Israel ou da Igreja não pode ser confundida com distribuição de privilégios exclusivos, mas sim um plano divino para abençoar "todas as nações, tribos, povos e línguas" (Ap 7.9) . Este é o projeto de Deus e, por extensão, da Igreja de Cristo: abençoar a todos. Jesus Cristo, o eleito de Deus por excelência, veio ao mundo para realizar o projeto de Deus com a eleição: abençoar a todas as famílias da terra.

Alguns dizem: "Deus faz acepção de pessoas, pois primeiro Ele elegeu um homem chamado Abraão, depois,  entre Esaú e Jacó Ele escolhe Jacó e rejeita Esaú, depois Ele escolha a nação de Israel. No final, os cristãos dão um passo a mais e afirmam que Deus escolheu a Igreja. Sendo assim, Deus faz acepção entre uma pessoa e outra e escolhe uma pessoa e não outra".
Na verdade, citar a Bíblia não é sinônimo de pensar biblicamente. Quando lemos a Bíblia, precisamos entender a sua mensagem e o que ela expressa sobre Deus e sobre os seus propósitos. Quando Deus chama Abração, Ele diz o seguinte:
"Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gênesis 12.1-3).
Fica claro que Deus não escolheu Abraão para excluir os outros, mas pelo contrário, Deus escolheu Abraão para incluir a todas as famílias da terra, ou seja, a toda a humanidade! De Abraão vem Isaque, de Isaque, Jacó, de Jacó 12 filhos que dão origem as 12 tribos de Israel. Quando Deus chamou Israel, o propósito continua o mesmo:
"Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos.  Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.  Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do SENHOR" (Isaías 2.2-5).
Ou seja, fica claro que quando Deus escolhe ou elege, a eleição não é um privilégio exclusivo, mas inclusivo, ou seja, Deus elege Abraão para que seja instrumento de bênção para todos, assim como Israel deveria ser. Israel, como povo eleito, deveria ser fiel ao SENHOR e assumir seu chamado de luz das nações, mas escolheu o caminho da injustiça e do pecado:
"Ouvi a palavra que o SENHOR fala contra vós outros, filhos de Israel, contra toda a família que ele fez subir da terra do Egito, dizendo:  De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi; portanto, eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades" (Amós 3.1-2).
A eleição é um privilégio e uma responsabilidade, mas é um privilégio não apenas para deleite próprio, mas para testemunhar a santidade, o amor e a justiça de Deus para que todas as nações conheçam ao SENHOR.
Assim, Israel falhou, mas o SENHOR afirma que faria uma NOVA ALIANÇA, na qual a Lei seria escrita não em tábuas de pedra, como no Sinai, mas no coração, e na qual haveria perdão dos pecados:
"Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei" (Jeremias 31.31-34).
A eleição de Abraão e de Israel, que visava a inclusão de toda a humanidade, tinha como alvo a vinda do próprio Deus ao mundo, através de Seu Filho Jesus Cristo, que veio trazer reconciliação. Jesus é "filho de Davi, filho de Abraão" (Mateus 1.1), ou seja, a promessa de Deus na eleição de Abraão foi cumprida em Jesus Cristo, filho de Abraão.
Jesus é o eleito de Deus por excelência:
"E dela veio uma voz, dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi" (Lucas 9.35). 
Jesus não é o eleito para excluir os demais, mas eleito para que todas as famílias da terra sejam abençoadas. É o que Paulo deixa claro em Gálatas:
"Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão" (Gálatas 3.7-9).
Assim, a eleição não pode ser compreendida fora da missão do povo de Deus, que não é missão que o povo mesmo escolheu: é missão de Deus para trazer reconciliação, paz e salvação, para restaurar todas as coisas, através do Seu Eleito, Jesus Cristo.

Deus não faz acepção de pessoas: Ele chama a todos ao arrependimento dos seus pecados, para que creiam no Evangelho da graça: Deus se reconcilia conosco através do Seu Filho Jesus Cristo, o Eleito, por meio de quem vai renovar todas as coisas. 



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