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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Música para terminar e começar

Música para refletir e adorar, no fim do ano, no início do ano.
Stênio Marcius - "É Nele".

"Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!"(Romanos 11.33-36)



Lentilha faz bem para a saúde?


Algumas pessoas tem o costume de comer lentilha no início do novo ano: alguns porque pensam fazer bem à saúde, alguns porque pensam que trará prosperidade financeira. Mas, afinal, lentilha faz bem para a saúde e traz prosperidade financeira, como acreditam alguns? Depende de como a comemos.
Como algumas pessoas gostam de começar o ano comendo lentilhas, gostaria de compartilhar com vocês a história de dois pratos de lentilhas bem diferentes. O primeiro teve uma ótima digestão. O segundo, uma indigestão crônica que durou muitos anos!

O primeiro prato de lentilhas foi comido pelo filósofo Diógenes de Sínope:
Estava Diógenes  jantando seu costumeiro prato de lentilhas, quando Arístipos  se aproximou. Arístipos, de Cirene, era também  filósofo, adepto do prazer como único bem absoluto  na vida. Para poder levar uma vida confortável, vivia sempre bajulando o Rei.
Disse, então, Arístipos a Diógenes:
- Se aprendesses a bajular o Rei, não precisarias  reduzir tua alimentação a um prato de  lentilhas.
Por sua vez, Diógenes  retrucou:
- E tu, se tivesses aprendido a te satisfazeres sempre com um prato de lentilhas, não precisarias passar tua vida bajulando o Rei.

O segundo prato de lentilhas está narrado na Bíblia e foi comido por Esaú, filho de Jacó:
"Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó. Tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú e lhe disse: Peço-te que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido. Daí chamar-se Edom. Disse Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. Deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura" (Gênesis 25.28-34).

Afinal, lentilha faz bem para a saúde?
Depende.
Diógenes de Sínope ensina que pode fazer bem, desde que seja comida com três Hs: Humildade, Honestidade e Honra.
Esaú, filho de Jacó, ensina que lentilha pode fazer muito mal, quando reduzimos a vida ao "aqui e agora" e desprezamos valores mais elevados.

Qual é o prato de lentilhas que você pretende comer?



Fonte das histórias:
Sobre o prato de lentilha de Diógenes de Sínope: http://www.oocities.org/athens/4539/diogenes.html

Sobre o prato de lentilhas de Esaú: Gênesis 25.28-34

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

The Noite (24/12/14) - Entrevista com Líderes Cristãos

Danilo Gentili entrevista o Pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista, o Padre Antonio Maria, da Igreja Católica Romana, e o Padre Basílio, da Igreja Ortodoxa Grega. Ótima entrevista! Parabéns ao Danilo Gentili, que convidou um pastor que representa bem a Igreja Evangélica, de modo geral, e as Igrejas Protestantes chamadas Históricas, em especial.


Meditação sobre a Parábola do Administrador Infiel (Lucas 16.1-13)


Lucas 15.3-32 traz 3 das parábolas mais conhecidas da Bíblia: a parábola da ovelha perdida, a parábola da dracma perdida e a parábola do filho perdido. Em Lucas 16.1-13, Jesus encerra o ciclo com uma quarta parábola, a do Administrador Infiel. Durante muito tempo eu não entendi direito a parábola do administrador infiel. Mas, para contar esta parábola, precisamos começar em Lucas 15.1-2, que é a introdução e o motivo das 4 parábolas, e encerrar com a sua conclusão, Lucas 16.14-17. Em resumo:
Introdução: Lucas 15.1-2 (motivo das parábolas)
Desenvolvimento (4 parábolas): Ovelha perdida (Lucas 15.3-7); Moeda perdida (Lucas 15.8-10); Filho perdido (Lucas 15.11-32); Administrador Infiel (Lucas 16.1-13).
Conclusão: Lucas 16.14-17.

Introdução (Lucas 15.1-2)
Aqui temos o motivo das 4 parábolas: Jesus Cristo veio trazer algo novo. Ele é o enviado do Pai para trazer o Reino de Deus sobre nós. Ele veio para nos reconciliar com o Pai, e nesta obra de reconciliação "aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir" (Lc 15.1). Jesus atraía publicanos e pecadores para ele! Mas por que? Será que Jesus andava no caminho de injustiça e pecado dos publicanos e pecadores? Não! Jesus veio reconciliá-los com o Pai, através de amor, paz e perdão! Ele comia com os pecadores e publicanos, ou seja, demonstrava que os acolhia, respeitava e amava!
A atitude de Jesus não era compreendida pelos escribas e fariseus: "E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles" (Lc 15.2). Escribas e fariseus eram homens religiosos, que conheciam a Lei de Deus e que eram criteriosos nos mandamentos. Mas a sua religião legalista, pautada na Lei mas sem amor e compaixão, os impedia de enxergar o que Jesus estava realizando. Ele veio incluir os pecadores, incluir os desprezados, marginalizados, doentes, imorais, injustos, no Reino de Deus. Isso, obviamente, não significa que Jesus passava a mão na cabeça dos pecadores, como que dizendo: "meu filho, seu pecado não tem problema, pois o amor de Deus é incondicional". De modo algum. A atitude de Jesus é outra: "meu filho, esta vida de injustiça e de pecado não vale a pena. Deus te ama e te espera de braços abertos; Ele está disposto a perdoar todos os seus pecados, te tomar pela mão e te guiar numa nova vida de justiça, alegria e paz!".
Os escribas e fariseus pensavam que eram superiores aos publicanos e pecadores, mas não eram. Diante da atitude dos escribas e fariseus, Jesus dirige a eles as 4 parábolas, nas quais ensina, resumidamente: a) Deus ama os pecadores e os convida para o Seu Reino; b) A religião legalista não conduz ao Reino de Deus e, portanto, religiosos legalistas não são melhores que publicanos e pecadores; c) Jesus é o enviado de Deus Pai para trazer aos homens o Reino de Deus, Reino de amor, perdão, alegria e paz!

1. As parábolas do capítulo 15 (Ovelha, Moeda e Filho perdidos)
As 3 parábolas tem algumas coisas em comum:
a) Algo se perdeu (ovelha, moeda, filho);
b) Quem perdeu, foi ao encontro do que estava perdido e o encontrou;
c) Houve uma festa, onde quem encontrou o que procurava se alegrou com amigos e vizinhos;
d) Há uma conclusão, sobre a alegria no céu por um pecador que se arrepende.
É curioso que na primeira e na terceira, quem perde e encontra é um homem, mas na segunda, é uma mulher. Leia a respeito (http://marcio-marques.blogspot.com.br/2010/05/face-materna-de-deus.html).
Mas a parábola do filho perdido tem elementos diferentes das duas primeiras.
Se a parábola do filho perdido terminasse no v. 24, ela teria a mesma estrutura das outras duas, mas ela não acaba aí! Os versos 25-32 trazem algo novo, que não estava nas outras parábolas: o diálogo do Pai com o filho mais velho! O filho mais velho estava trabalhando no campo do seu pai, quando é surpreendido pela música e pela dança (v. 25). Chamando um dos servos de seu pai (v. 26), descobre o motivo: seu irmão, que havia desonrado o seu pai ao pedir a herança em vida, que havia deixado claro que não amava o pai, mas apenas os seus bens, que disperdiçou a herança com uma vida irresponsável e imoral, havia voltado, e o pai, ao invés de renegá-lo e expulsá-lo, o recebe com festa!
O que o filho mais velho não consegue enxergar é que, ao recusar participar da festa, ele estava também desonrando o seu pai!
O pai, então, foi ao encontro do filho mais velho, para conciliá-lo consigo. Então, o motivo do rompimento fica claro: os bens! O mais velho diz:
"Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgerdir uma ordem tua, e NUNCA ME DESTE um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que DESPERDIÇOU OS TEUS BENS com meretrizes, tu MANDASTE MATAR PARA ELE O NOVILHO CEVADO" (vv. 29-30).
O mais velho não amava o Pai e não amava o irmão, a quem chama com desprezo de "esse teu filho". Se o mais velho amasse ao menos o seu pai, ele se alegraria com a alegria dele e participaria da festa. No fundo, ele também não amava o pai, mas apenas o patrimônio. Queria usar o pai para alcançar o alvo, os bens do pai. No fundo, apesar de ser disciplinado, de ter uma conduta moral, de ser trabalhador, o mais velho era igual ao mais novo: só queria os bens do pai! Mas, agora, havia uma diferença: o mais novo voltou à casa do pai por necessidade, mas foi constrangido pelo seu amor, e se arrependeu, enquanto o mais velho, apesar de sempre ter permanecido na casa do pai, estava perdido! O mais novo estava reconciliado, enquanto o mais velho estava perdido! Tão perto, mas tão longe!
As palavras do Pai confirmam o amor do mais velho aos bens: "Meu filho, tu sempre estás comigo; TUDO O QUE É MEU É TEU"(v. 31). E o pai faz o convite para a conciliação, o convite para a festa, o convite para o Reino de Deus: "Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado" (v. 32). Mas a parábola termina de repente, com uma questão em aberto: o filho mais velho se reconciliaria com o pai?
Na verdade, o filho perdido não é o mais novo, pois "esse teu irmão ESTAVA MORTO E REVIVEU, ESTAVA PERDIDO E FOI ACHADO" (v. 31). O filho perdido era o que sempre permaneceu na casa do pai, é o que se recusou a honrar o seu pai, a se alegrar na alegria do seu pai, a entrar na festa do Pai. O filho perdido é o mais velho!
O legalismo é uma desgraça, pois traz uma ilusão brutal: quem cumpre regras religiosas frequentemente acha que é seu próprio Senhor (e, por isso, quer dar ordens a Deus) e seu próprio Salvador (pois suas qualificações no cumprimento das regras é que são a causa da sua salvação, e não a graça de Deus em Cristo). O mais velho foi tomado por orgulho, mas não era diferente do mais moço no tempo da rebeldia! Enquanto o mais novo foi reconciliado, o mais velho estava perdido!

2) A parábola do administrador infiel (Lc 16.1-13)
Chegamos, aqui, à parábola final. Houve um movimento nas 3 primeiras parábolas, pois as duas primeiras deixam claro o motivo da festa de amor e aceitação de Jesus para com os publicanos e pecadores: a alegria do Reino de Deus por um pecador que se arrepende! O Reino de Deus é o Reino da inclusão de pecadores arrependidos! É a festa do perdão, da reconciliação, da aceitação, da restauração, da graça! A terceira parábola destaca a loucura do irmão mais velho (escribas e fariseus) ao pensar que era melhor que o filho mais novo, pois enquanto o mais novo se reconciliou com o pai e participou da sua festa, o mais velho desonrou o pai e o desprezou, não aceitando o convite para a festa.
A parábola do administrador infiel tem um sentido muito claro, lida em seu contexto. Havia um homem rico, que havia confiado os seus bens a um administrador. Mas o administrador estava em falta! Ele foi desmascarado pelo homem rico: "Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela" (Lc 16.2). O administrador foi desmascarado, pois, afinal, ele estava em falta! O mesmo que acabou de acontecer na parábola do filho perdido, em que Jesus deixa claro que o filho mais velho, que havia afirmado que "nunca transgrediu uma ordem do pai" (Lc 15.29), era o filho perdido e em falta com seu pai! O filho mais velho expressa o que são os escribas e fariseus.
Mas qual foi a atitude do administrador infiel? Vendo que estava perdido, uma vez que ele administrava os bens de seu senhor, ele teve uma ideia:
"Que farei, pois o meu senhor me tira a administração? Trabalhar na terra não posso; também de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão? Responde ele: Cem cados de azeite. Então disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinquenta" (Lc 16.3-6).
Ou seja, o administrador infiel era desonesto e, portanto, estava em falta com seu senhor. Nesta situação, ele tem uma ideia: diminui o peso da dívida dos devedores do seu patrão, pois, afinal, estavam todos na mesma condição - e, assim, teria, ao menos, a gratidão e a solidariedade daqueles que tiveram a sua dívida reduzida. Mas os escribas e fariseus não agiam assim, pois não enxergavam que eram administradores infiéis, e portanto estavam em dívida com seu Senhor tanto quanto os publicanos e pecadores, e, por esta razão, impunham sobre eles o peso da culpa e da condenação, não sabendo que, ao condenarem os devedores de seu Senhor, condenavam a si mesmos. O administrador infiel da parábola era mais sábio que os escribas e fariseus; ele representa o que eles deveriam ser!
O elogio do senhor ao administrador infiel na parábola não é o elogio da desonestidade, mas o elogio da solidariedade: o culpado não condenou os outros culpados, mas diminuiu a sua dívida! Do mesmo modo, os escribas e fariseus deveriam ser mais tolerantes e complacentes não com o pecado e a injustiça, mas com as pessoas culpadas - pois, afinal, estão todos no mesmo barco!
Ao final, uma conclusão para o filho mais velho: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" (Lc 16.13).

Conclusão 
"Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridiculizavam. Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus. A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei"(Lc 16.14-17).
Uma vida no pecado não agrada a Deus. Uma vida religiosa sem amor não agrada a Deus. O Reino de Deus é o Reino da Graça, do Amor, do Perdão, da Alegria da Salvação, da Compaixão. Sem amor, não somos nada! (1Co 13.1-3). Jesus afirma que "a Lei e os Profetas vigoraram até João", pois a partir de João, algo novo aconteceu: a vinda do Reino de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Ele não veio para anular a Lei, mas para cumpri-la, e uma vez que Jesus cumpriu a lei, "o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê" (Rm 10.4; veja Mt 5.17-18). Uma vida religiosa firmada em justiça própria é uma vida tomada pelo orgulho, na qual o Senhor e o Salvador são a própria pessoa - uma terrível ilusão. Jesus veio, para deixar claro que todos pecaram e carecem da glória de Deus, que todos estão no mesmo barco, que ninguém é superior ou inferior ao outro, que todos são chamados ao arrependimento dos pecados, a abandonar a injustiça e o pecado, para uma vida de amor, misericórdia e perdão.
Não seja tolo: ao invés de condenar as pessoas, de querer enviar todo mundo para o inferno, ao invés de colocar fardos pesados nos ombros de pessoas já destruídas pela culpa, pelo ódio e pela desesperança, anuncia a graça de Deus, tira o peso dos ombros dos oprimidos, revelando que em Jesus Cristo, todos somos amados por Deus e convidados graciosamente ao seu banquete, à Festa do Reino de Deus.

domingo, 28 de dezembro de 2014

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Amor, Alegria e Paz da parte do Deus Triúno!

Feliz Natal, meu povo!
Amor, Alegria e Paz da parte
Daquele que enviou o Seu Filho por nos amar,
Daquele que se entregou por nós para nos salvar,
Daquele que habita em nós para nos renovar.

Algumas lições que não podemos esquecer sobre o Natal (Lucas 2.1-20)



Meditação sobre Lucas 2.1-10.
O Filho de Deus deixou toda a sua glória, nascendo numa manjedoura, numa família humilde, para nos lembrar que, se o Senhor nasceu como servo, devemos ser servos uns dos outros.
Jesus recebeu a visita de pastores, homens humildes, para nos lembrar que não podemos desprezar o pobre e o necessitado.
Jesus foi perseguido pelo rei Herodes, para nos lembrar que, por mais que amemos a Deus, teremos lutas nesta vida, e devemos resistir contra a violência e a opressão.
Jesus foi visitado pelos sábios do oriente, que lhe trouxeram presentes, enquanto os especialistas em religião ficaram alarmados com seu nascimento, para nos lembrar que não podemos considerar os outros inferiores a nós.
Jesus recebeu ouro, incenso e mirra, para nos lembrar que Ele é o Rei, que Ele é o Filho de Deus e que Ele é o Salvador - e não nós mesmos.

Enfim, Jesus veio para trazer amor ao desprezado, perdão ao culpado, alegria ao desesperado e paz ao aflito.
Feliz Natal a todos!

Quem está condenando quem ao inferno?

Recentemente, li o seguinte numa comunidade do G+ ("Evangélicos, a Degeneração Cristã"):


Não aguentei e postei o seguinte:

"De fato, é uma forma profunda e inteligente de discutir um tema complexo, com marketin mal feito!
Vou fazer uma pergunta simples: a culpa é invenção da religião? Não! Todas as pessoas tem consciência, quer creiam elas que há um Deus, quer acreditem que não há um Deus. Agora, a culpa pode carregar a pessoa para o buraco (depressão, desesperança, etc.). A noção cristã de perdão não implica simplesmente em "tirar a culpa" de alguém, para justificar crimes, mas é muito mais: é o convite para uma NOVA VIDA, é o oferecimento de uma oportunidade de deixar o mal para se apegar ao que é bom. Por exemplo, uma pessoa matou alguém. O que ela fez foi uma monstruosidade. Agora, na sua opinião, o que seria melhor, ela continuar matando as pessoas por entender que está mesmo condenada, ou entender que Deus, apesar de não considerar o culpado inocente, justifica o pecador arrependido? Mas o que é um pecador arrependido? É alguém que está abandonando o que é mau (roubo, assassinato, mentira, etc.) para viver na prática da justiça. Ora,
"Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? — diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?Mas, desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniqüidade, fazendo segundo todas as abominações que faz o perverso, acaso, viverá? De todos os atos de justiça que tiver praticado não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu e no seu pecado que cometeu, neles morrerá" (Ezequiel 18.23-24).
"Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?  Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida" (Romanos 6.1-4).
Neste sentido, há falsos profetas, que pregam que, se você acredita em Deus, você pode percar à vontade? Existe idiota de todo tipo, religioso, ateu ou agnóstico. Agora, à luz do Evangelho, arrependimento é uma mudança de mente que corresponde à uma mudança de atitude. Neste sentido, a doutrina bíblica do perdão dos pecados não é justificativa para pecar, mas pelo contrário, é o chamado para o arrependimento para uma nova vida. Você sabe qual foi o primeiro sermão de Jesus?
"Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mateus 4.17).
O que a mensagem na imagem acima parece defender é o seguinte: "fez bobagem na vida? cometeu um erro grave? Para você não tem perdão!". Quem é que está condenando quem ao inferno?".

Depois da postagem acima, fui excluído da comunidade, pois "diálogo só é bom quando confirma os próprios preconceitos do grupo", segundo a opinão de alguns!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O Natal: celebração do nascimento de Jesus e celebração do nosso novo nascimento

Quando a Bíblia fala de salvação, ela fala de duas realidades: a "encarnação" e a "ressurreição".

A "encarnação" diz respeito à vinda do Filho de Deus ao mundo, quando assume a existência humana. A encarnação é uma verdade bíblica que diz respeito APENAS a Jesus Cristo, pois apenas Ele é o Deus filho único (Jo 1.18), que assume a vida humana. É o que a Bíblia afirma nos Evangelhos:

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (João 1.1-5,14).

"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.  Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.  Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mat.eus 1.18-21)

A "ressurreição" diz respeito a Jesus, em primeiro lugar, e a todos aqueles que nele crêem:

"Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão.  Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1Coríntios 15.1-4).

"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto? Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo" (João 11.25-27).

E o Deus Filho Único veio ao mundo, viveu por nós, morreu por nós e ressuscitou por amor de nós, para que pudessemos nascer de novo, para nos tornarmos uma nova criatura pela vida do Espírito de Deus em nós:

"O amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.  E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo.  E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2Coríntios 5.14-17).

"O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.  Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;  os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1.10-13).
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Assim, no Natal celebramos dois nascimentos: o de Jesus de Nazaré e o nosso!

1) Natal: a celebração do nascimento de Jesus
O Natal é a data em que celebramos nascimento de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus que se fez menino, nascendo em Belém, numa manjedoura. Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, mas esta não é a questão importante, pois o que importa é celebrarmos com alegria a verdade da Palavra de Deus de que Ele veio ao mundo, para trazer amor, perdão, paz e salvação! Por isso, a história de Jesus de Nazaré é a história do maior gesto de amor de Deus para conosco: Em Cristo, Deus conhece plenamente nossas alegrias e tristezas, pois se torna um de nós. Não há alegria ou sofrimento humano que Deus não conheça. Deus conhece a dor de ser pobre; estrangeiro; sem direito à cidadania (romana); discriminado por sua raça; traído por um amigo, negado por outro, abandonado pelos demais; difamado; torturado; humilhado; condenado injustamente; assassinado como criminoso, incompreendido... Ele realmente sabe o que é sofrer! Em tudo isso, no Natal celebramos o Deus que nos conhece pelo nome, e conhece nossas alegrias e sofrimentos. Deus nos entende e nos ama!

2) Natal: a celebração do novo nascimento
 No Natal também celebramos o nascimento de Deus em nosso coração. Cristo veio não apenas ao mundo, mas aos nossos corações. Quando cremos em Cristo, naquele que nasceu, cresceu, viveu sem pecado, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa salvação, este mesmo Cristo Jesus nasce em nosso coração, e nele habita pelo Espírito Santo. É o chamado novo nascimento (Jo 1.13; 3.5-8; 1Jo 3.9). Nascer de novo é crer em Cristo, e ter a vida de Cristo transbordando no coração. É nascer de novo como nova criatura (2Co 5.17; Gl 6.15; Ef 2.10), pois a criação de novos céus e nova terra já começou na vida daquele que crê em Jesus, pois o Espírito Santo, o Espírito da nova criação, habita em nós, e nos enche da vida e da virtude de Deus (Rm 8.1-16).
 O Natal é, assim, a celebração da esperança. É a esperança que nasce em nossos corações! Todos nós estávamos sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2.12), e não fomos nós que alcançamos à Deus: foi Deus quem nos alcançou em Cristo! O Natal é a celebração da vinda da esperança ao mundo: quando tudo parecia perdido, veio a salvação! E isso é o que Deus deseja fazer a cada dia em nossas vidas: quando deixamos de confiar em nós mesmos, e depositamos nossa confiança em Deus, Ele realiza grandes feitos em nossa vida, nos tirando do desespero, e nos enchendo a vida de paz, amor e graça. Temos esperança porque Deus se fez menino; menino que cresceu, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. Temos esperança por causa de Jesus de Nazaré, nosso Salvador, aquele que vive e reina hoje, que nos ajuda, que nos abençoa, que intercede por nós junto ao Pai, que nos perdoa e nos enche de seu amor. 
 O Natal é a celebração da solidariedade. Nessa época do ano, muitos se sensibilizam, buscando mais à Deus, buscando fazer o bem.  Do mesmo modo que Deus se solidariza conosco, devemos nos solidarizar com o próximo, em perdão, graça e amor. A solidariedade deve nascer em nosso coração.

Celebre o Natal no verdadeiro Espírito do Natal: a graça amorosa e salvadora de Deus. O grande presente nos foi dado, e o presente é Jesus Cristo, nosso Salvador. Pela fé nEle temos comunhão com Deus, perdão dos nossos pecados, e poder no Espírito para uma vida nova, renovada no amor, na justiça e no perdão. Vamos celebrar o nascimento de Jesus, que veio para nos reconciliar com o Pai, que veio para que nascêssemos pela fé nEle, no Espírito Santo de Deus.

Que Deus nos abençoe a todos, e que o Espírito do Natal, o Espírito Santo de Deus, habite ricamente em nossos corações.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A Genealogia de Jesus em Mateus (Mt 1.1-17) - Uma mensagem de esperança


Hoje, vamos refletir sobre a mensagem de Mateus 1.1-17, a genealogia de Jesus em Mateus. Um belíssimo texto, com uma mensagem maravilhosa, mas muito pouco compreendida. Acreditamos que não seja coincidência o fato deste texto iniciar o Novo Testamento.

TEXTO

"Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos; Judá gerou de Tamar a Perez e a Zera; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão; Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Naassom; Naassom, a Salmom; Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias; Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa; Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias; Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias; Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom; Amom, a Josias; Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde; Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a Jacó. E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze" (Mt 1.1-17).

Introdução
O texto bíblico de Mt 1.1-17 tem alguns destaques:
a) trata-se de uma genealogia, um tipo específico de texto muito popular na Bíblia;
b) a ligação de Jesus com Davi e Abraão;
c) o resumo da história de Israel, de Abraão a Cristo, através dos personagens da genealogia;
d) a divisão da história em 4 períodos, a saber, i) de Abraão até Davi, ii) de Davi até o Exílio na Babilônia, iii) do Exílio na Babilônia até Cristo, iv) a partir de Cristo.
Feitas estas considerações iniciais, vamos refletir sobre a bela mensagem deste texto bíblico, que dá um maravilhoso testemunho acerca de Jesus Cristo.

1) Jesus vem inaugurar um novo tempo! 
Como é que o Novo Testamento começa? Com uma genealogia. Mas, afinal de contas, para que começar o Novo Testamento com uma lista de nomes? Simples: a genealogia de Jesus no Evangelho segundo Mateus não é uma simples lista de nomes, mas é muito mais.
Em primeiro lugar, esta "lista de nomes" é uma genealogia. E, na Bíblia, genealogia é muito importante. O livro de Gênesis, por exemplo, é estruturado a partir das genealogias (a palavra "genealogia" em hebraico é תּוֹלְדֹת [/toledot/]). Sempre que a palavra "genealogia" aparece em Gênesis, temos algo novo acontecendo, um divisor de águas, algo que vai marcar toda a história posterior.
Esta mudança na história pode ser percebida pela divisão da história de Israel, de Abraão até Cristo, em 4 períodos, entre os quais o último começa com o nascimento de Jesus de Nazaré.
A genealogia de Jesus em Mateus, no início do Novo Testamento, nos ensina que algo novo está acontecendo com Cristo. O Natal é a celebração desta novidade, capaz de mudar a história, não apenas da vida de uma pessoa, mas da família, da nação, de todas as nações! Jesus veio para mudar a história, pois trouxe da parte do Pai amor, perdão, paz e salvação!

2) Jesus vem para dar cumprimento às promessas de Deus
a) Jesus cumpre as promessas de Deus para Davi
Jesus é apresentado como Filho de Davi, Filho de Abraão. Historicamente, Abraão vem antes de Davi, mas Davi é citado antes de Abraão. Por que? Por uma questão de ênfase: Davi é o rei ideal de Israel, que conquistou a cidade de Jerusalém dos jebuseus, que venceu os filisteus - povo que ameaçava o reino de Israel -, que trouxe estabilidade ao reino. E Deus fez promessas importantes para Davi:
"Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre" (2Samuel 7.12-16).
Ou seja, o SENHOR promete a Davi, através do profeta Natã, o seguinte:
a) O descentende de Davi edificará uma casa ao nome do SENHOR, para sempre;
c) O SENHOR estabelecerá o reino do descendente de Davi para sempre;
d) O descendente de Davi será chamado filho do SENHOR.
Estas são promessas maravilhosas. Mas nos dias de Salomão, filho de Davi com "a que fora mulher de Urias", uma casa foi construída ao SENHOR. Mas nos dias de Roboão, filho de Salomão, o reino sofreu uma baixa muito grande: as 10 tribos do Norte deixaram de servir a casa de Davi e escolheram para si outro rei, Jeroboão. O reino do Norte passa a se chamar Israel, e o reino do Sul, em que a casa de Davi continuou a reinar, reino de Judá. O reino do Norte foi destruído pelos assírios no ano 720 a.C., permanecendo ainda o reino de Judá. No entanto, em 587 a.C., Nabucodonozor destrói o templo de Jerusalém, construído por Salomão, destrói a cidade de Jerusalém e, alguns anos depois, põe fim à monarquia em Israel, além de levar a maior parte da população de Jerusalém para o Exílio na Babilônia. Desde então, até Cristo, o povo de Israel não teve mais rei sentado no trono, inclusive da casa de Davi. Tudo isso levou os exilados na Babilônia a uma profunda crise: "Será que a Palavra de Deus e suas promessas falharam?". Esta é a origem da esperança judaica acerca do Messias. Quem é o Messias? A palavra hebraica Messias é traduzida em grego por Cristo, e em português por "ungido", pois reis, profetas e sacerdotes eram ungidos no Antigo Testamento. A expressão "filho de Davi", no Novo Testamento, expressa a esperança dos judeus que Deus haveria de cumprir as suas promessas, a partir do "filho de Davi", que haveria de estabelecer para sempre o reino e a casa do SENHOR (Mt 9.27; 12.23; 15.22; 20.30-31; 21.9; Rm 1.3). E, de fato, a Palavra de Deus e as suas promessas não falharam, pois o descendente de Davi que iria construir uma casa do SENHOR e estabeleceria para sempre o reino não é Salomão, mas Jesus Cristo, o filho de Davi!
Jesus construiu uma casa ao SENHOR:
"Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas? Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus" (João 2.18-22).
Após a sua ressurreição, Jesus enviou aos seus discípulos o Espírito Santo, de modo que, hoje, a verdadeira casa de Deus, o santuário de Deus, é o Corpo de Cristo, a Igreja (1Co 3.16-17; 1Co 6.19; 2Co 6.16; Ef 2.17-22).
Jesus estabeleceu para sempre o reino de Davi
Jesus é o Cristo, o Filho de Davi. Ele trouxe escândalo aos judeus, pois é o Messias servo sofredor, que não veio para humilhar as nações para a glória de Israel, mas veio reinar sobre todos, incluindo oa gentios no Reino de Deus. Jesus reina hoje (Lc 1.33; 1Co 15.25; 2Tm 2.11-12), pois é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (1Tm 6.15; Ap 17.14; 19.16).
Jesus é chamado Filho de Deus
Ele não é chamado filho de Deus como os demais, pois Jesus é o Filho Unigênito de Deus, ou seja, o Filho único, pois Ele é o Verbo por meio de quem tudo o que existe foi criado (Jo 1.1-3), Ele é o Deus filho ùnico (Jo 1.18; 3.16; 1Jo 4.9).

b) Jesus cumpre as promessas de Deus para Abraão
O SENHOR fez promessa para Abraão:
"Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gênesis 12.1-3).
"Disse o SENHOR: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?" (Gênesis 18.17-18).
Paulo explica o cumprimento das promessas do SENHOR para Abraão em Cristo:
"Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. (...) Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro ), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido. Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa. Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo" (Gálatas 3.8,13-16).

Assim, podemos perceber que a genealogia de Jesus em Mateus afirma que Jesus Cristo, o filho de Davi, o filho de Abraão, veio para cumprir as promessas de Deus a Davi e a Abraão, de um reino eterno, de uma casa ao SENHOR, da bênção de Deus a todas as nações.

3) Jesus veio para trazer libertação
A genealogia mostra alguns casos escandalosos de pecado (Judá e Tamar, Davi e "a que fora mulher de Urias", etc.). Jesus assume uma história cheia de altos e baixos, de sucessos e fracassos. Mas o fracasso dá o tom na história até então, marcada pelo Exílio na Babilônia. É interessante notar que na Bíblia Hebraica, ou Tanakh, os livros estão organizados de outra forma que no Antigo Testamento cristão, pois para os judeus, o último livro é Segunda Crônicas, e não Malaquias. E Segunda Crônicas encerra a narrativa com o Exílio na Babilônia. Por que? Porque na perspectiva judaica, o exílio não terminou! Ele continua até hoje! Não há mais templo, não há mais sacerdócio, sacrifícios, reinado de Davi!
A história de fracasso das pessoas e, inclusive, do povo de Israel, é assumida por Jesus Cristo, que veio para escrever uma página nova nesta história. Jesus veio para redimir esta história de fracasso. Jesus veio para trazer perdão para os nossos pecados, para nos libertar dos nossos exílios. Só Jesus Cristo pode por fim ao exílio!
Jesus nos chama para voltarmos para casa, para a os braços do Pai, para a comunhão com o Criador.

4) Jesus nos ensina que Deus está no controle da história
A genealogia de Jesus em Mateus afirma que há 4 períodos na história:
- De Abração até Davi - 14 gerações;
- De Davi ao Exílio na Babilônia - 14 gerações;
- Do Exílio na Babilônia até Cristo - 14 gerações;
- A partir de Cristo - sem limitação de gerações.
Se compararmos as genealogias do Antigo Testamento com a de Mateus, vamos perceber que o evangelista omite alguns nomes, para que cada período fique com 14 gerações, por três motivos principais: a) na escrita hebraica os números correspondem a letras, e as letras do nome de Davi (דוד - /dwd/) somam 14: o Dálet vale 4 e o Vav vale 6, de modo que que o nome Davi me hebraico corresponde, pela soma de suas letras, ao número 14; b) o número 7 é um número muito valorizado na Bíblia, o que fica claro no livro do Apocalipse. Muitas vezes significa o que é completo, pleno. Cada período da história, segundo a divisão da genealogia, tem 14 gerações, ou seja, 2 vezes 7. Depois de três gerações, ou seja, 3 vezes 14, ou ainda, 6 vezes 7, temos o último período, inaugurado por Cristo - o qual é eterno, pois não tem idenficação de fim. E o período de Cristo é o Sétimo. Assim, Jesus dá início ao último período da história, onde conduz todas as coisas à sua plenitude!
c) períodos fixos de 14 gerações dão a ideia de um ato programado, planejado, executado, de Deus. É um recurso literário para afirmar o seguinte: Deus está no controle da história, e está conduzindo a história para o seu ponto alto, Jesus Cristo!
A cruz é a melhor expressão desta soberania de Deus na história. Judas negou a Jesus, os discípulos o abandonaram, a multidão pediu a sua crucificação, Pilatos o condenou... Todas estas atitudes foram contrárias a vontade de Deus, são pecaminosas. Deus não se alegra no pecado e não promove o pecado. No entanto, assim como homens que podem alterar o curso de um rio, Deus conduz a história de acordo com os seus planos, inclusive fazendo com que os atos de justiça e injustiça sejam canalisados para que Seus Planos de Salvação sejam cumpridos. Deus, o Pai, enviou seu Filho ao mundo para nos salvar. O Filho de Deus a si mesmo se entregou por nós, para nos salvar. O Espírito de Deus veio sobre nós, para nos salvar. Deus cumpre seus propósitos na história, apesar da injustiça e do pecado. Nem mesmo o pecado e a injustiça são capazes de frustrar os planos de Deus na história.
Jesus veio para conduzir a história ao seu alvo: justiça, amor, paz e salvação!

Conclusão
A genealogia de Jesus em Mateus nos ensina lições importantes. Jesus veio ao mundo para trazer um novo tempo, um tempo de graça, de misericórdia e de perdão. Ele veio para que as promessas do  SENHOR a Davi e Abração fossem cumpridas, a saber, o estabelecimento de um Reino Eterno, de uma Casa ao SENHOR (o Corpo de Cristo), a bênção de Deus para todas as nações. Jesus veio ao mundo para redimir a história de pecado e injustiça dos homens, para libertar a todos da miséria do exílio, enfim, para realizar o projeto de Deus de um mundo renovado pela sua graça: o Reino de Deus.
Jesus é poderoso para escrever uma história nova na sua vida.


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