Nossos links

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Se Deus é bom, por que Ele mandou o Seu Filho morrer na cruz?



Já ouvi várias pessoas fazerem a seguinte observação: "Se Deus é bom, como é que Ele mandou o Seu Filho morrer na cruz?". Em outras palavras: "Como pode Deus ser bom, se Ele enviou o Seu Filho à morte numa cruz?".

Esta é uma boa pergunta, que tem na fé cristã uma resposta muito clara.

Tudo começa com outra pergunta: "Quem é Deus?". Muitos pensam que Deus  não é bom, por não compreenderem quem é Deus de acordo com a fé cristã. Deus não é apenas o Pai: Deus é o Pai, o Filho e o  Espírito Santo! Esta verdade sobre Deus é chamada de "doutrina da Santíssima Trindade":

"O Deus uno é, por toda a eternidade, Pai, Filho e Espírito Santo"(1).

Agostinho de Hipona diria que Deus é amor, pois é o Amante (Pai), o Amado (Filho) e o Amor (Espírito).

O teólogo alemão Jurgen Moltmann expressa a realidade da Trindade de Deus e a sua relação com a Cruz de Cristo;

"Deus não ama do mesmo modo como às vezes também pode irar-se. Não, ele é amor. A sua essência é amor. Ele se constitui de amor. E isso aconteceu na cruz. Essa definição somente alcança todo o seu significado quando se procura permanentemente reavivar o caminho que leva a ela, a saber, o abandono de Jesus na cruz, a entrega do Filho pelo Pai, e o amor que tudo faz, tudo concede e tudo sofre pelo homem que se perdeu. Deus é amor, isto é, Deus é doação, isto é, Deus existe por nós: na cruz. Exprimindo isso trinitariamente: O Pai deixa o Filho imolar-se através do Espírito. "O Pai é o amor, que crucifica; o Filho é o amor crucificado; o Espírito Santo é a força invencível da cruz". A cruz está colocada no meio da Trindade. isso foi expresso pela tradição, que se apóia no Apocalipse de João, mediante a imagem do 'cordeiro imolado (desde o início do mundo)' (Ap 5.12). Antes que existisse o mundo, existia em Deus a imolação. Não há pensamento trinitário possível sem o Cordeiro, sem a imolação do amor, sem o Filho crucificado. Pois ele é o Cordeiro sacrificado, que será glorificado por toda a eternidade"(2).

Assim, nós, cristãos, cremos que Deus é Amor. O Deus único e verdadeiro é Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai é o amor que entrega. O Filho é o amor que se entrega. O Espírito é o amor que triunfa na ressurreição. O Deus uno e trino sofreu na cruz, mas triunfou definitivamente na ressurreição do Filho!

Como diria o Apóstolo Paulo: "Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim" (Gálatas 2.20 - BJ),

Deus é bom: Ele não apenas enviou o Seu Filho para a cruz. O Filho, que é Deus, a si mesmo se entregou por nós na cruz. E o Espírito Santo, que é Deus, triunfou sobre a morte na ressurreição do Filho.

Deus é bom. Deus é amor. Deus é vida plena e salvação!


--------------------------------------------------------------------
Notas
(1) Comissão de Fé e Ordem do CMI. A Confissão da Fé Apostólica. São Paulo: Conic/IEPG, 1993, p. 30.
(2) Jurgem MOLTMANN. Trindade e Reino de Deus. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 95.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leia nossos posts!

Leia nossos posts!