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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Análise Teológica de Filmes - "Assassin´s Creed"

Eu, o Marcião, juntamente com meus amigos Leandro e Leonardo (que não tem nada a ver com a antiga dupla sertaneja) resolvemos criar o grupo "Análise Teológica de Filmes". Oficialmente, o grupo existe para analisarmos os filmes numa perspectiva teológica (apesar de que, na prática, serve como um belo hálibi para irmos ao cinema sem pegação de pé das mulheres!). Apesar de fazermos análises teológicas há algum tempo, principalmente com adaptações de quadrinhos e outros filmes da cultura Geek, fomos assistir Assassin´s Creed por culpa do Leonardo (que é o único que curte o jogo...).

Antes de começar, um aviso: Contém SPOILERS (informações sobre o filme)



O filme tem ligação com o jogo. No filme, o assassino Callum Lynch (Michael Fassbender) se conecta a seu ancestral Aguilar de Nerha, guerreiro espanhol do século XV que fazia parte de uma Irmandade de Assassinos, inimiga dos Templários.  Todos estão a procura de uma relíquia chamada "Maçã do Éden", chave para a dominação das consciências. O nome do filme (Assassin´s Creed - /"Credo dos Assassinos") expressa a ideologia fundamental de Lynch e dos inimigos dos Templários: eles seriam os guardiões do Livre Arbítrio, ou da liberdade do indivíduo. Se a relíquia estivesse sob o domínio dos Templários, estes teriam o poder de dominar as consciências, a ponto de coibir a violência. Neste sentido, o tipo de liberdade defendida pela Irmandade dos Assassinos é expressa em uma das falas do filme:
"Quando os outros homens seguirem cegamente a verdade, lembra-te: Nada é verdade. Quando os outros homens estiverem limitados pela moralidade ou pela lei, lembra-te: Tudo é permitido. Nós trabalhamos nas sombras para servir a luz. Nós somos Assassinos. Nada é verdade, tudo é permitido".

Avaliação (Entretenimento):
O filme é legal (minha nota é 7,0), enquanto opção de entretenimento.

Avaliação (Teológica/Ideológica)
Em termos de ética, o "tudo é permitido" é um absurdo. Se tudo é permitido, é permitido matar? Segundo a Irmandade, sim, desde que seja por motivo justo. Mas, afinal, o que seria um motivo justo? Se tudo é permitido, cada um pode pensar do jeito que bem entende, mas neste caso teríamos uma infinidade de definições de "justiça", o que levaria ao caos! (e cada um "tendo a liberdade" de matar segundo suas próprias crenças!). A doutrina (credo) da Irmandade dos Assassinos é, na verdade, compatível com o Satanismo de Peter H. Gilmore, que no livro "Escrituras Satânicas" se autodenomina Sumo Sacerdote da Igreja de Satanás. Segundo Gilmore, o credo fundamental do Satanismo seria exatamente este: "tudo é permitido".
Ao contrário, a fé cristã afirma claramente que o coração humano é ambíguo, pois apesar de sermos criados à imagem e semelhança de Deus, pecamos e somos inclinados também ao pecado. Portanto, temos potencial para o bem e para o mal. Mas é apenas a graça de Deus que pode renovar o nosso coração, e nos renovar para uma nova vida em Cristo. Neste sentido, o caminho de Jesus Cristo é o caminho da cruz, ou seja, da negação das próprias paixões ruins, para nos entregarmos a Deus.
Em Assassin´s Creed, bem como em grande parte da produção cinematográfica atual, os símbolos acerca de Deus, da família, da generosidade, do altruísmo tem sido apresentados como algo "mal", enquanto que símbolos do "mal" na tradição cristã são apresentados como "bons". Nada de novo. Só abre o teu olho!

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